Florbela Espanca


Florbela Espanca, que tinha como nome de baptismo Flor Bela Lobo, mas que se resolveu chamar toda a vida Florbela d’Alma da Conceição Espanca, foi uma enorme poetisa Portuguesa, e uma das primeiras verdadeiras vozes femininas e feministas Portuguesas, isto mesmo tendo apenas vivido 36 anos.
Uma mulher invulgar a todos os níveis, nascida fora do casamento, mas numa relação autorizada pela mulher de seu pai, que seria sua Madrinha e Madrasta, e, no entanto, criada em casa de seu pai, João Maria Espanca. No entanto este só a viria a reconhecer oficialmente como sua filha, em cartório, em 1948, dezoito anos após a sua morte.
Desde cedo frequentou a educação primária em Vila Viçosa, e precocemente começou a mostrar talento na poesia. É exemplo disso mesmo o poema que escreve sobre a morte e a vida, apenas com 8ª anos de idade, em 1903.
O que é a vida e a morte Aquela infernal inimiga A vida é o sorriso E a morte da vida a guarida A morte tem os desgostos A vida tem os felizes A cova tem a tristeza E a vida tem as raízes A vida e a morte são O sorriso lisonjeiro E o amor tem o navio E o navio o marinheiro
Prossegue mesmo os estudos em Évora, no Liceu Nacional de Évora, sendo uma das primeiras mulheres portuguesas a frequentar este nível de ensino. Leitora havida era frequentemente vista na Biblioteca de Évora, onde aproveitou para se ir inteirando dos grandes nomes clássicos, mas especialmente dos seus contemporâneos.
Já casada começa uma carreira no jornalismo, em várias publicações locais e no Modas e Bordados, um suplemento d’O Século de Lisboa. No entanto a sua vida nunca foi particularmente fácil ou estável, com três casamentos e a trágica morte do irmão num acidente de viação.
A poeta atingiu o limite em 1930, acabando por tentar por três vezes o suicídio, sendo que na terceira tentativa, no seu dia de anos a 8 de Dezembro de 1930, a morte chegou mesmo.
Uma poetisa complexa, apaixonada e apaixonante, altamente feminina e com uma carga erótica clara em muitos dos seus trabalhos é sem dúvida um dos maiores nomes da poesia Portuguesa.
Para muitos ficará também sempre ligada à música Perdidamente, poema seu musicado pelos Trovante de João Gil e Luís Represas, um dos maiores hits da música portuguesa dos anos 80 do Século XX.
Citações
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada … a dolorida…
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…
Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
Jornalista, PoetaNascido a em Vila Viçosa, Portugal.
Faleceu a em Matosinhos, Portugal
Próximas efemérides
07 de Junho de 1502 nasce em Lisboa D. João III.10 de Junho de 1580 morre em Lisboa Luís de Camões .
Personalidades contemporâneas
Encontradas 29 personalidades.Manuel de Arriaga
Teófilo Braga
Eça de Queirós
António Enes
Ernesto Hintze Ribeiro
Alfredo Keil
Guerra Junqueiro
Manuel Gomes da Costa
D. Carlos I
António José de Almeida
Sidónio Pais
Carolina Beatriz Ângelo
D. Luís Filipe
Mário de Sá-Carneiro
José Campos de Figueiredo
Adelino da Palma Carlos
Agostinho da Silva
Humberto Delgado
Adolfo Correia da Rocha "Miguel Torga"
Sebastião Jacinto
Manoel de Oliveira
António de Spinola
Francisco da Costa Gomes
Sophia de Mello Breyner Andresen
Amália Rodrigues
Agustina Bessa-Luís
Mário Cesariny
Mário Soares
José Afonso