Tratado de Tordesilhas

O momento em que dois países se sentam à mesa para decidir dividir o mundo a meio é algo histórico, e ao mesmo tempo um pouco assustador. Não era no entanto a primeira vez, nem viria a ser a última, que Portugal e os reis de Leão e Castela tomavam esta medida.
Quando o Tratado de Tordesilhas foi assinado já o mundo tinha sido dividido em dois entre Portugal e Castela em 1479 por ocasião do Tratado de Alcáçovas. Mas com a viagem de Cristóvão Colombo até às Caraíbas as ilhas por ele descobertas estavam dentro de zona Portuguesa.
Com esta informação, e após uma intervenção inicial Papal, as delegações dos Reis Católicos de Espanha e de D. João II de Portugal sentaram-se para tentar chegar a um novo acordo, desta vez dividindo o mundo de polo. A grande questão era onde ficaria essa linha, e a partir de que o ponto seria contada.
O ponto de contagem cedo se verificou como sendo o da ponta ocidental de Cabo Verde, mas a distância a partir da qual seria traçada a linha foi alvo de discuta acérrima.
O Papa Alexandre VI, o Espanhol Rodrigo de Borgia, colocou antes das negociações esta linha a 100 léguas da ponta mais distante de Cabo Verde, mas após duras negociações por parte dos emissários de D. João II conseguiu-se que esta avançasse para 370 léguas do nosso arquipélago.
Com esta linha final o Brasil viria a ser descoberto por Pedro Álvares Cabral como sendo território Português, apenas seis anos após a assinatura deste tratado.

Muito se tem especulado se teriam havido visitas prévias de navios Portugueses ao território, com documentos perdidos no terramoto de 1755. É bastante possível, mas mesmo que não houvesse o contacto com terra é provável que por avistamentos de aves e afins se supusesse pelo menos da existência de um continente naquela zona.
Com esta negociação Espanha ficou com carta branca para avançar para as Américas centrais, e depois do Sul, enquanto que Portugal conseguiu o acesso completo às rotas para a Índia, e ainda um ponto de colonização na América do Sul, em que viria a testar os métodos de capitanias tão bem sucedidos em Açores e Madeira.
Este tratado viria a ser complementado mais tarde por outro, o Tratado de Saragoça, na consequência da Circum Navegação de Fernão de Magalhães.
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