Portugal é um caso curioso na história mundial por ter na realidade três datas possíveis de considerar como a independência do Reino de Portugal. E todas com o mesmo Homem, D. Afonso Henriques, ou D. Afonso de Portugal.

A 24 de Junho de 1128 no Campo de S. Mamede em Guimarães D. Afonso Henriques bateu os exércitos galegos de sua Mãe D. Teresa, e daí até ao fim dos seus dias nunca mais haveria de deixar de haver um Portugal independente de facto.

Tratado de ZamoraMais sobre o tratado de Zamora neste artigo.

Posteriormente a 5 de Outubro de 1143 em Zamora o D. Afonso VI Rei de Leão e Castela concordou que Portugal seria um Reino Independente, confirmando isso mesmo em tratado.

A independência do Reino de Portugal estava assegurada, e militarmente a tensão baixou entre os vizinhos cristãos da peninsula. No entanto por este tratado o Rei de Leão e Castela continuava a manter-se como Imperador de toda a Hispânia.

A Independência Total e Definitiva

Não seria porem fácil para o Rei de Portugal conseguir de forma total esta independência. Militarmente já tinha conseguido o possível, e agora teria de entrar a via diplomática.

No século XII a entidade que detinha o poder máximo sobre quem era vassalo de quem era a Igreja Católica, sendo que esta decisão acabava em última instância nas mãos do Papa.

Se algum Rei, Principe ou Duque, era vassalo directamente do Papa, estaria portanto quebrada a vassalagem a qualquer Rei ou Imperador.

Para isso D. Afonso Henriques dedicou desde logo muitos recursos e tempo na relação com o Papa, através do Arcebispo de Braga. Este também interessado em manter a independência em relação do poderoso Arcebispo de Santiago de Compostela.

As Ordens Religiosas e Militares

Variados mosteiros foram criados e doados a ordens religiosas durante todo este período. O maior exemplo disso mesmo é o Mosteiro de Alcobaça, cuja construção para os Monges Cistercenses começou em 1178.

Ao mesmo tempo encorajou fortemente as Ordens Militares de Cruzados a fixarem-se em Portugal, e a expandir o território para sul. Com especial presença dos Templários.

Além de ter o seu auxílio em batalha, também lhes deu inúmeras terras, rendas e castelos. Esta expansão, tanto por mostrar crescimento como por recuperar território na posse de lideres Mouros, foi uma enorme mais valia para o Papado finalmente lhe atribuir a tão desejada independência total.

Bula Manifestis Probatum

A 23 de Maio de 1179, já com D. Afonso Henriques afastado da regência diária do Reino desde o incidente de Badajoz em 1169, finalmente chega o momento da total Indepêndencia.

Com a Bula Manifestis Probatum o Papa Alexandre III tornava o Rei de Portugal apenas vassaldo da Santa Sé.

Colocava-o também como um dos defensores da Fé Cristã, e concedia-lhe também a missão de continuar a conquistar território muçulmano para sul sem parar.

No entanto chegou numa fase da vida de D. Afonso Henriques em que o foco já era mais manter o que havia sido conquistado numa vida longa e grandiosa, mais do que novas conquistas. No entanto este belo documento, ainda hoje bem conservado na Torre do Tombo, marca a afirmação definitiva de Portugal como uma Nação Una e totalmente independente.

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