Marquês de Pombal
Retrato do Marquês de Pombal (1766), por Louis-Michel van Loo e Claude Joseph Vernet.

Quando pensamos acabar com o anti-semitismo, ou outro tipo de descriminação, pensamos em muitas ideias e conceitos.

Provavelmente a 5 de Outubro de 1768 Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, fê-lo de uma forma engenhosa. Mesmo que um pouco chocante aos dias que correm.

Cristãos-Velhos e Cristãos-Novos

Aquando da expulsão dos Judeus em Portugal, por decreto de D. Manuel a 5 de Dezembro de 1496, estes tiveram a opção de se converterem ao Cristianismo e ficar no país.

Muitos fizeram-no, tanto por livre vontade como pela força. No entanto nunca deixaram de ser aos olhos dos Cristãos, os Cristãos-Velhos, como pessoas à parte. Os ditos Cristãos-Novos. Sendo que foram inclusive criadas listas para manter os registos das famílias que tinham passado Judaico.

Como tal e durante muitos séculos sempre se manteve o estigma, e o anti-semitismo presente, especialmente entre as classes mais altas.

O Decreto de 5 de Outubro de 1768

No Reinado de D. José, muito pela influência do seu primeiro-ministro o Marquês de Pombal, tentou acabar de vez com as distinções entre Cristãos-Novos e Cristãos-Velhos.

Entre as várias medidas públicas, que terminaram por exemplo com as listas de famílias de Cristãos Novos, uma é deveras peculiar.

A 5 de Outubro de 1768 D. José promulga um decreto secreto, redigido pelo Marquês de Pombal, endereçado às famílias da alta nobreza.

Nele exige-se que organizem casamentos entre os seus filhos solteiros e pessoas oriundas dos até aqui chamados Cristãos-Novos.

Numa altura em que o casamento era na maioria dos casos, pelo menos para a nobreza, uma forma de negócio, esta medida acaba por ser lógica e ajudou a combater os estigmas.

Um facto pouco conhecido da nossa história, mas não menos interessante.

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