Agustina Bessa-Luís

Existem grandes Poetas. Grandes autores de novelas e romances. Grandes guionistas de teatro. Grandes autores de livros infantis. Agustina Bessa-Luís é na realidade tudo isso, e a sua extensa obra prova isso mesmo.

Nascida a 15 de Outubro de 1922 em Vila Meã, Amarante, teve a sorte de nascer numa família com algumas posses, o que lhe possibilitou uma educação acima do que era comum nas mulheres do seu tempo.

A Obra

De uma família com raízes no Entre Douro e Minho foi aí que centrou a sua vida e as mais marcantes obras. Sucessora na temática e até em certa parte estilo, de Camilo Castelo Branco chegou mesmo a colocar o escritor Romantista como autor.

Camilo Castelo Branco é por vezes considerado um escritor da corrente do Romantismo, mas com muitas variações. Agustina Bessa-Luís segue nesse mesmo rumo, sendo uma escritora que podemos colocar na corrente do Neo-Romantismo, mas claramente que temos de reconhecer que tem obra que foge muito a isso mesmo.

Personagens fortes, tanto masculinas como femininas, vidas complexas e cheias de contradições. Conflitos interiores nas belas paisagens do Norte Português.

Arriscar em Vale Abrãao

Uma coisa que Agustina Bessa-Luís nunca teve medo foi de arriscar. E talvez o maior risco da carreira tenha sido Vale Abrãao em 1991.

Um romance é uma adaptação do Madame Bovary de Gustave Flaubert. Uma escritora consagrada e premiada, arriscar desta forma reescrever noutro local e época, um enorme clássico é um risco que poucos correm nesta fase da carreira.

No entanto foi de tal forma um sucesso que dois anos mais tarde estreava no cinema por Manoel de Oliveira. No que talvez é a sua obra prima.

Os Prémios

É totalmente impressionante o número de prémios conquistados ao longo dos anos por Agustina Bessa-Luís.

1975 – Prémio “Adelaide Ristori” (Centro Cultural Italiano de Roma)
1982 – Prémio da Cidade do Porto
1988 – Prémio Seiva de Literatura (Companhia de Teatro Seiva Trupe), Porto
1993 – Medalha de Mérito Cultural
1996 – Prémio Bordalo de Literatura (Casa da Imprensa)
2004 – Prémio Camões[9] – o mais importante prémio literário da língua portuguesa
2004 – Prémio Vergílio Ferreira (Universidade de Évora)
2005 – Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema, Turim (Itália)

A estes soma ainda inúmeros prémios individuais a obra suas, e duas condecorações mais do que justas do estado Português.

Primeiro tornou-se Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 1981. Mais tarde em 2006 recebeu a Grã-Cruz dessa mesma Ordem.

O fim da carreira e da vida pública

Desde o inicio da carreira até 2006 Agustina Bessa-Luís foi uma profícua autora. Nunca parando de escrever e publicar. Nem de aparecer em público para os mais diversos eventos.

Tal foi a sua carreira que se tornou dos poucos casos em que um autor é querido e admirado pelo grande público mas também pela Academia.

Em 2006 no entanto o seu estado de saúde obrigou-a a parar de publicar, e a também abandonar a vida pública.

Uma das grandes Portuguesas que ainda se encontra entre nós. E com uma obra que será claramente eterna.

 

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